Não sem espanto recebi esta afirmação de Ferreira Gullar,
- Sarney é de esquerda. Quase cai da cadeira.
Estávamos no "supremo" vindos de uma exposição do Wesley Duke Lee.
Eu e o Tozzi achavamos que o poeta estava louco.
Fui atrás da história e ele tinha feito parte de todos os movimentos progressistas de sua juventude.
Fiquei "de cara"!
Mas continuava desprezando o "josé' que ocupava a presidência
estava desesperado por mais um ano de mandato
(o que concretizou, para locupletar, não tenho dúvida)
e já tinha proibido um filme (uma bobagem de Godard),
a pedido de minhas vizinhas da marechal hermes da fonseca, intituladas "senhoras de santana"
e sustentadas pela TFP que tinha uma sede ali perto na rua pedro "alguma coisa".
Nossa patética constituição ainda estava em fase embrionária e o governo valeu-se das leis ditatoriais para a censura.
Hoje apesar da magma carta estar em vigência, cafajestes de toga, cerceiam, limitam e proíbem a livre expressão.
Somente Ruth Escobar na época deputada e de férias de atividades outras, no FestRio, denunciou com todas as letras.
"A proibição partiu da igreja".
Acompanhada por uma exacerbada
(depois que o primeiro começa, todo mundo fica valente e quer fazer parte da festa)
Norma Bengell "A direita da igreja".
Se Tancredo estivesse no poder, ele faria a mesma coisa. Só que com mais elegância.
Mas criou o MERCOSUL que aos "trancos e barrancos" "peita" o domínio econômico do g8.
Ribamar (um em cada dez maranhenses assim são chamados os outros chamam-se josé) saiu e foi eleito "collor"(1).
Assim demolindo a máxima de "que pior não poderia ficar".
Passou o tempo e o xará do poeta foi ocupar cargos outros.
Surge então esta campanha moralizadora contra o atual ocupante da presidência do senado(2).
Tolices a parte (como os que agridem o perfil estético do ocupante ao invés do ético),
os argumentos levantados são de uma leviandade gritante.
Sem avaliar fatos, a turba sai a rua gritando "F O R A!". Eu pergunto por que?
Na ausência de resposta substancial, vou aqui relatar o que está acontecendo.
Sarney; tal qual seus antecessores, não fez naquela casa mais ou menos que ninguém.
Seu retorno a presidência foi precedido de dois fatos,
o passamento de seu amigo íntimo (acm) da nobiliarquia baiana.
(com mesquitinha fazendo papel de recado-menino)
e a derrubada (na sua ausência) da lei proposta por ele em seu governo que impedia que o dinheiro depositado em poupança
e o salário do trabalhador depositado em conta bancaria fosse bloqueado pela justiça.
Lembro-me de sua ira na tribuna (porque eu estava lá), indagando aos seus pares a quem perversa medida interessava.
Avisou que o judiciário poria mais uma vez os "pés pelas mãos".
Não deu outra.
A moda agora é todo juizeco bloquear via bacenjud qualquer valor seja onde for e de que origem tenha
e respaldados por turma recursal que firmou jurisprudência avalizando "meter a mão no salário de qualquer trabalhador".
É "doce"?
O senador do Amapá até que tentou impedir a ação criminosa promovida pela quadrilha formada por
Artur Virgílio Neto (para quem "ser decente não serve para nada, é uma bobagem" sic),
Demóstenes Torres, Cristovam Buarque e José Agripino entre outros.
Foi até a presidência da república antes da promulgação da lei e solicitou que a vetasse.
Lula capitulou aos acordos periféricos do congresso e aprovou a emenda.
"Coisa feia"!
Sarney tornou-se bonzinho? Não acredito. Sua regeneração foi motivada pela vingança.
É ingênuo quem pensa que ele não sabia os riscos, quando começou a fazer na casa a "faxina".
Ele sabe, mas vai levar muita gente junto, a começar por agaciel protegido do senador (da "nobreza" maia) potiguar.
A ação (a iniciativa foi dele) de escancarar a mal aplicação de verbas pelos parlamentares, visou tornar a instituição mais visível.
Vai ficar mais difícil agora o arturzinho (esse mesmo moleque que entrou com seis representações), usar o dinheiro do senado para pagar despesas de seus protegidos no exterior ou o Suplicy promover as apresentações do coral do senado em outros estados.
Só em Brasília vinte oito felizardos da casa, trabalhavam no governo distrital. Recebendo adivinhem de quem?
Ninguém está isento de participação ou de ter conhecimento nesta crise.
E não é o PMDB quem mais aproveitou da falcatruas. Foram o DEM, o PSDB e o PT. Nesta ordem.
É "mole"!
Eu continuo não gostando dele, menos ainda agora com a ação contra o jornal(3),
mas acreditar que a sua saída vai alterar alguma coisa, é crer que "vaca-voa".
Duas coisas "chatearam-me" nesta história e são paralelas a crise.
Primeira é a panfletagem absurda pela extinção do senado, por gente que não tem noção do que aquilo seja.
Aquela casa é a que dá garantias de São Paulo não engolir um terço do Pais e Minas Gerais outro.
E sou paulista.
A segunda é que a campanha contra ele na academia (um lugar que nem tenho simpatia), é burlesca.
É coisa de quem nunca o leu. Pois ele sabe escrever.
Aqui vai uma frase do Henfil (dita a respeito de uma amiga nossa de personalidade maleável)
"necessariamente talento e caráter não precisam caminhar juntos"
Melhor direcionar esta campanha, para que ela revisasse a estúpida reforma ortográfica.
Pelo bem ou mal, não existe inocente neste Planeta, somos levados por acontecimentos.
Gandhi apoiou o nazismo (contra o império britânico)
e Mandela colocou fogo em escola de e com crianças negras (com intenções sinistras de culpar entidades brancas).
Regeneram-se e viraram a página da história.
Perceberam?
Esta nação religiosa esquece ensinamentos:
"diz-me com quem andas e te direi quem és"
CãRiùá -TaTaRaNa
1) Quando os secundaristas foram as ruas (sim, eles iniciaram) e pintaram a cara, contra o marajá(he! he!) do Alagoas;
um conhecido metido "à esquerda" indagou a respeito do que aquela molecada(pejorativamente), estava fazendo.
Respondi ao interlocutor que se precisasse comprava a tinta.
Naquela ocasião, um processo corria e as provas eram irrefutáveis.
Diferente do atual momento aonde "legalistas", promovem linchamento.
2) Um "bis macabro"; a algum tempo atrás as mesmas personagens,
moviam "mundos" para defenestrar outro ocupante do cargo no episódio denominado:
"o cafetão, a prostituta e o otário".
O que aconteceu mesmo?
Ele renunciou e nenhum processo vingou.
3) Sou do tempo que ia-se preso em nome dá liberdade de expressão;
podiam censurar, mas publicávamos do mesmo jeito.
Hoje os "amantes da legalidade"; ficam dando "pulinhos",
ao invés de medidas concretas. A covardia impera.
Um comentário:
É
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